quinta-feira, 8 de março de 2012

Economia poderá sofrer superaquecimento em 2012

Economista-chefe do Santander, Maurício Molan, afirma que economia brasileira passará por intensa recuperação em 2012, mas alerta para o risco de superaquecimento.
O cenário macroeconômico no Brasil é de desaceleração moderada da economia, com perspectiva de intensa recuperação em 2012. A avaliação é do economista-chefe do Santander, Maurício Molan.
Nessa perspectiva, no entanto, o economista-chefe considerou a possibilidade da economia do país passar por um processo de superaquecimento no final do próximo ano. "Essa desaceleração de agora é reflexo de medidas adotadas no começo desse ano. Diante de dados mais fracos, o governo pode adotar estímulos excessivos e a economia pode sofrer superaquecimento", analisou Molan.

Além disso, enfatizou Molan, existe risco no cenário externo e o governo está tentando se proteger disso. Então, se o ambiente internacional não piorar tanto pode ocorrer esse processo. Segundo ele, essa desaceleração tem uma característica de heterogeneidade, ou seja, ocorre em setores específicos da economia.
Neste sentido, "a queda intensa da indústria brasileira, afetada pelo câmbio, e a taxa de crescimento menor da economia global pesam no desempenho da economia brasileira", disse Molan. Em outubro, a produção industrial do Brasil caiu 0,6% frente ao mês anterior, após ter registrado uma queda de 2% em setembro.
E a indústria esteve entre as causas para a variação nula do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deste ano. Pelo lado da oferta, a indústria teve a maior queda, de 0,9%, em relação ao trimestre anterior. O Santander acredita que esse ano o PIB do país cresça 3% e em 2012 a expansão deverá ficar próxima de 3,5%.
"Essa desaceleração econômica influencia na expectativa dos empresários e consequentemente nos investimentos", acrescentou o economista-chefe do Santander. Ele referiu-se a um dos componentes do Índice de Confiança de Pequenos e Médios Negócios (IC-PMN), elaborado pelo Santander e o Insper. O indicador, divulgado nesta quarta-feira (14/12), passou de 73,7 pontos na medição referente ao quarto trimestre de 2011 para 73,3 pontos em relação ao primeiro trimestre de 2012. 
Em relação aos investimentos, os pequenos e médios empresários brasileiros mostram-se dispostos a investir, mas ficando praticamente no mesmo patamar do número registrado no quarto trimestre de 2011. Isso porque o índice que revela a disposição em investir saiu de 70,5 pontos no quarto trimestre para 70,9 pontos no primeiro trimestre de 2012.

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