terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Fundos imobiliários continuam atrativos apesar da Selic

O novo corte de 0,5 ponto percentual da Selic anunciado pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central levou a taxa para 10,5% ao ano. A redução marcou a quarta baixa seguida e analistas esperam que a taxa chegue a 10% em breve, o que poderá influenciar a rentabilidade dos títulos de renda fixa. 

Neste cenário, o especialista em fundos imobiliários José Macedo aponta que os fundos de investimentos imobiliários se tornam uma boa oportunidade para os investidores, já que sua rentabilidade não sofre impactos com a queda da Selic. “De um modo geral, os fundos proporcionam uma renda maior do que a Selic. E, se ela diminui, a rentabilidade dos fundos não é afetada”, aponta Macedo. 

O executivo lembra que quem investe nesses fundos pode conseguir rentabilidade de duas maneiras: por meio das receitas de aluguéis, que são divididas e distribuídas proporcionalmente entre todos os cotistas, e também com a valorização da própria cota no mercado. 

Mesmo com boas perspectivas de valorização, o investidor do fundo deve ter visão de longo prazo. “O investimento em imóvel deve ser sempre visto como de longo prazo. Não se deve entrar neste tipo de aplicação pensando em sair dentro de um ou dois anos”, aconselha. 

Macedo afirma que uma das principais vantagens dos fundos imobiliários é o fato de diversificar os ativos deste segmento. “Você pode investir em fundos que tenham escritórios em regiões centrais da cidade ou galpões em locais importantes, com uma grande diversidade de locatários”, afirma. 

Também conta a favor a gestão por profissionais qualificados. “Quando você compra cotas de um fundo, sabe que ele é gerido por profissionais que entendem do mercado”, ressalta Macedo. Mas a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos é o principal atrativo. Para que ter o benefício, o investidor pessoa física deve deter menos de 10% das cotas do fundo. O fundo precisa ter, no mínimo, 50 investidores e suas cotas negociadas em Bolsa de Valores. 

Como qualquer tipo de investimento, os fundos imobiliários também possuem certo grau de risco. O vice-presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) e autor do livro “Imóveis, Seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio”, Luiz Calado, afirma que um dos principais riscos em caso de inadimplência é o fato de o investidor não receber o rendimento proveniente do aluguel. “Se o fundo não recebe o valor do aluguel, a consequência imediata é que o cotista também deixará de receber o seu rendimento”, pontua. 

Outro ponto que pode pesar para o investidor, segundo Calado, é um reajuste para baixo do valor das cotas do fundo. “O valor da cota é calculado pela expectativa de rendimento que o fundo oferece. Se acontece um problema desses, as cotas podem acabar se desvalorizando”, explica o especialista. 

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